O presidente Jair Bolsonaro (PL) se pronunciou nesta terça-feira, 1º de novembro, pela primeira vez após perder as eleições presidenciais para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O resultado das urnas foi confirmado na noite de domingo (30), pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na fala a jornalistas no Palácio da Alvorada, que durou dois minutos, Bolsonaro agradeceu “aos 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia 30 de outubro”. “Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral”, disse, ao mencionar os bloqueios de rodovias que têm ocorrido em todo o país. Ao citar as movimentações, Bolsonaro disse que “as manifestações pacíficas sempre serão bem vindas”, mas que não pode haver cerceamento “do direito de ir e vir” e destruição de patrimônio público — o que chamou de “métodos da esquerda”.
No discurso, Bolsonaro não citou o nome do presidente eleito Lula e não falou especificamente sobre a derrota na eleição. O presidente se limitou a dizer que o grupo político de direita ganhou força com os resultados no Legislativo. “A direita surgiu de verdade em nosso país. Nossa robusta representação no Congresso mostra a força de nossos valores”, disse, afirmando que a direita formou “diversas lideranças pelo Brasil”. “Nosso sonho segue mais vivo do que nunca”, disse Bolsonaro.
Transição ocorrerá, diz Ciro Nogueira
O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, falou logo após o Bolsonaro e afirmou que o presidente não impedirá a transição de governo. O presidente Bolsonaro continua no comando do Brasil até 1º de janeiro, data marcada para a posse de Lula. Até lá, o governo eleito tem também o direito de formar uma equipe de transição. “O presidente Jair Messias Bolsonaro me autorizou”, disse Nogueira. “Com base na lei, nós iniciaremos o processo de transição.”
Nogueira afirmou que o governo aguarda a oficialização, por parte do governo eleito de Lula, do nome do ex-governador de São Paulo e vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB) como chefe da equipe de transição. Segundo Nogueira, o PT indicou que a formalização ocorrerá na quinta-feira (03).