A violência que atinge motoristas de aplicativos cresce consideravelmente na Bahia. Entre janeiro e agosto deste ano, sete desses profissionais sofreram latrocínios [roubos seguidos de morte]. O número de mortes mais do que triplicou em comparação com o mesmo período do ano passado, quando dois condutores foram assassinados após sofrerem assaltos enquanto estava de serviço. O reflexo desse cenário é que os profissionais estão aterrorizados em sair para trabalhar sem saber se voltarão para casa.
Em apenas quatro dias de agosto, dois motoristas foram mortos enquanto trabalhavam em Salvador e na Região Metropolitana. De acordo com o levantamento feito pelo Sindicato dos Motoristas por Aplicativo da Bahia (Simactter), os sete latrocínios ocorridos na Bahia nos oito meses do ano foram registrados em Salvador (2), Simões Filho (1), Itapetinga (1), Feira de Santana (2) e Ilhéus (1).
Roubos também aumentam no estado
Ao menos dois motoristas de aplicativo são vítimas de furto por dia na Bahia, segundo o levantamento do sindicato da categoria. Entre janeiro e julho deste ano, foram 600 vítimas de roubos ou furtos registrados nos 24 municípios em que motoristas trabalham com aplicativos no estado. O número leva a uma média de 2,8 ocorrências por dia. No mesmo período, no ano passado, ocorreram 551 casos desse tipo, 2,5 notificações diárias.
Outro dado relevante cedido pelo sindicato é que 90% dos crimes acontecem durante corridas solicitadas por suspeitos disfarçados de passageiros. Um exemplo disso é a situação enfrentada pelo condutor Eliomar Cunha, 34, quando fazia uma viagem com saída do bairro de São Marcos em direção à Sete de Abril.