STF condena Geddel e Lúcio Vieira Lima no caso do bunker dos R$ 51 milhões

Em julgamento na tarde desta terça-feira (22), a Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu condenar o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) e o ex-deputado federal Lúcio Vieira Lima (MDB-BA), irmão de Geddel, pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa. O processo está relacionado à investigação que levou à apreensão de cerca de R$ 51 milhões em dinheiro em um apartamento de Salvador.

Geddel foi condenado a 14 anos e 10 meses de prisão e ao pagamento de 106 dias multa, valor estimado em R$ 1,6 milhão. Lúcio foi condenado a 10 anos e 6 meses de prisão e a um pagamento de 60 dias multa, valor estimado em R$ 908 mil. Além disso, os ministros condenaram os dois ao pagamento de R$ 52 milhões em danos morais coletivos, uma espécie de reparação à sociedade pelos crimes cometidos. Os ministros do STF também decidiram que o dinheiro encontrado no apartamento em Salvador será destinado à União, e mantiveram a prisão preventiva de Geddel. A defesa dos Vieira Lima ainda pode recorrer do resultado do julgamento.

Esta foi a quinta sessão da Segunda Turma do STF voltada ao julgamento do caso. Nesse processo também foram denunciados pelos mesmos crimes a mãe de Geddel, Marluce Vieira Lima, um ex-assessor do deputado, Job Brandão, e o empresário Luiz Fernando Machado da Costa Filho, que vendeu cotas de empreendimentos imobiliários para os Vieira Lima.

A força-tarefa Greenfield, executada pelo Ministério Público Federal do Distrito Federal, protocolou ontem pedindo a condenação de Marluce. Ela é acusada de ter atuação proeminente no controle das finanças ilegais da família, além de ser responsável por gerir, guardar e determinar a saída e inserção, no mercado formal, dos recursos ilícitos captados pelos filhos. O processo contra Marluce Vieira Lima foi desmembrado e remetido à primeira instância, e ainda não foi julgado. Os ministros votaram de forma unânime pela absolvição de Job Brandão e de Luiz Fernando Costa Filho.