O BC está dando mostras de que continua técnico (como tem de ser), e independente (como tem de ser).
Lula, que indicou Galípolo para presidência do BC, achou que ia submeter o BC aos seus caprichos e à sua caneta.
O BC, por ser técnico, entende que a inflação é um fenômeno Monetário e precisa controlar a oferta de dinheiro para controlar a inflação. Lula, por ser um político populista, não entende que o gasto descontrolado, déficit fiscal e dívida pública elevada pressionam a inflação para cima e, consequentemente, as taxas de juros sobem.
Taxas de juros altas dificultam os investimentos, geração de emprego e renda. Ou seja, promovem redução da atividade econômica.
A poupança nacional é formada por "poupança pública + poupança privada". Quando um país tem uma dívida pública elevada, a poupança pública é negativa. Logo, a poupança nacional é menor e isto quer dizer que há menos recursos disponíveis para investimento.
De acordo com a lei da oferta e da procura, se a oferta de um produto (dinheiro) é menor, o preço do produto (juros) sobe. E juros altos diminuem os investimentos privados.
Ou seja, o aumento da dívida pública ou do gasto do governo leva à redução do investimento privado (isto é conhecido como efeito de deslocamento ou "Crowding out effect").
Então, a política fiscal precisa estar Lado a lado com a política monetária para o melhor controle da inflação; para o melhor funcionamento da economia.
Mas o que acontece é que enquanto o BC tenta diminuir a oferta do dinheiro para controlar a inflação (principal objetivo de um Banco Central), Lula usa a política fiscal frouxa para gastar (principal objetivo de um populista), tornando o controle da inflação mais difícil.
Será que Lula vai também esculhambar Galípolo, como ele fazia com Roberto Campos, por ter aumentado a taxa de juro?
Lula sempre põe a culpa nos outros para se desculpar de si mesmo.
Por Yalu Tinôco - mestre em comércio internacional e políticas
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