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Após crise das fraudes no INSS, Carlos Lupi pede demissão e deixa o Ministério da Previdência Social

Situação do ministro ficou insustentável para o Palácio do Planalto; Lupi é acusado de omissão no escândalo das fraudes

03/05/2025 08h43 Atualizada há 1 semana
Por: Bahia em Dia
Após crise das fraudes no INSS, Carlos Lupi pede demissão e deixa o Ministério da Previdência Social

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, decidiu entregar o cargo nesta sexta-feira (02), após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio do Planalto. A saída é um desdobramento do escândalo das fraudes no INSS, em que pelo menos R$ 6,3 bilhões foram descontados ilegalmente de aposentadorias entre 2019 e 2025.

Segundo o Palácio do Planalto, o presidente convidou o ex-deputado federal Wolney Queiroz (PDT-PE), atual secretário-executivo da Previdência, para ocupar o cargo de ministro. A exoneração de Lupi e a nomeação de Wolney foram publicadas ainda na sexta-feira (02) em edição extra do Diário Oficial da União. 

A investigações da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) não apontam o envolvimento direto de Lupi no esquema, capitaneado por entidades que se colocavam como representantes dos aposentados. A intenção inicial de Lula era manter o ministro, mas prevaleceu a posição de que ele foi omisso diante do esquema.

Carlos Lupi foi advertido das fraudes no INSS ainda em junho de 2023, em uma reunião do Conselho Nacional de Previdência Social, órgão presidido por ele. Contudo, o assunto só foi discutido na reunião de abril de 2024. Depois disso, não retornou à pauta do CNPS. Mesmo assim, os descontos ilegais só foram suspensos no último dia 25 de abril, após a operação da PF.

O ministro admitiu que já sabia das denúncias de fraude, mas negou que tenha sido omisso. Em audiência na Comissão de Previdência da Câmara dos Deputados, na última terça-feira (29), ele negou ser o responsável pelo INSS, apesar de o órgão ser vinculado à pasta. 

“Quem é responsável institucionalmente é seu presidente. [...] Uma conselheira que é minha amiga pessoal, doutora Antonia, disse que estava crescendo muito o número de filiados aos institutos, ‘temos que olhar isso, não é possível, deve ser fraude’. Quando ela falou isso, no meio de uma reunião do conselho, [...], eu falei para o presidente, vamos começar a verificar isso”, relatou.

Desgaste com Lula

O escândalo também trouxe desgaste na relação do ministro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Logo após a operação da PF, o petista determinou que Lupi demitisse o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Lupi se recusou e defendeu seu subordinado publicamente, dizendo que ele era um funcionário “exemplar”. Depois, o próprio presidente demitiu Stefanutto e nomeou um novo comandante para a autarquia.

O novo presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, foi uma indicação direta de Lula, sem passar pelo crivo de Lupi, sinalizando uma interferência do Planalto no órgão. O ato do presidente foi lido como uma demonstração de fraqueza do ministro, de quem tinha partido a indicação do presidente anterior.

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