Os empresários industriais mostraram insatisfação com a situação financeira que enfrentam no início deste ano, aponta a pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Sondagem Industrial. O índice de satisfação registrou uma queda de 1,6 ponto em comparação com o último trimestre de 2023, passando de 51,1 para 49,4 pontos em março de 2024.
De acordo com a CNI, essa variação indica uma transição da percepção positiva para uma visão mais desfavorável entre os empresários, especialmente em relação ao lucro. Além disso, o índice de evolução do preço de matérias-primas subiu 2 pontos, passando de 54,8 para 56,8 pontos.
Para Marcelo Azevedo, gerente de análise econômica da CNI, os principais problemas enfrentados pela indústria foram a elevada carga tributária e a demanda interna insuficiente.
“Chama a atenção o terceiro principal problema: falta ou alta dos insumos e matérias-primas, que estava na sexta posição no final do ano passado e agora está na terceira. Ao se perguntar sobre a evolução dos preços dos seus insumos e matérias-primas, os empresários mostraram maior preocupação, viram uma maior intensidade e maior percepção desse aumento dos preços da passagem do último trimestre de 2023 para o primeiro trimestre de 2024″, aponta.
Ele ressalta que houve uma percepção de piora no acesso ao crédito, tornando-o mais difícil, o que impactou negativamente a satisfação com a margem de lucros. De acordo com Azevedo, essa situação já era insatisfatória no final do ano passado e se agravou desde então.
Além disso, a pesquisa mostra que houve um aumento na produção industrial e no emprego nas indústrias de médio e grande porte. Em março deste ano, o indicador de evolução da produção atingiu 51 pontos, em comparação com os 48,5 pontos registrados em fevereiro.
“De um modo geral a expectativa dos empresários melhorou na passagem de março para abril. E mais do que isso: se afastaram do que é o normal para o período Estão mais otimistas do que o normal para meses de abril. E isso se reflete também até na intenção de investimento, que também aumentou na passagem de março para abril”, completa.