Uma grave denúncia feita por uma reportagem da Agência Pública contra a montadora de veículos elétricos BYD veio ao ar nesta quinta-feira (28). A matéria relata que trabalhadores brasileiros e chineses estariam passando por maus-tratos que vão desde condições precárias de trabalho a agressões físicas em uma fábrica da empresa na Bahia.
Segundo as denúncias, os maus-tratos e agressões teriam começado após o início das obras da unidade localizada na cidade baiana de Camaçari, localizada na Região Metropolitana de Salvador. As denúncias relatam que trabalhadores eram agredidos com chutes e pontapés, além de alojamentos sujos e mal iluminados. Os locais de descanso não possuíam divisões entre homens e mulheres e banheiros não passam por higienização adequada. Operários também trabalham sem a utilização de equipamentos de proteção individual.
Dentre as vítimas estão trabalhadores brasileiros e mais de 470 operários chineses, país de origem de BYD, que vieram ao país para participar da construção do projeto. A construção da fábrica foi possível graças a um acordo entre o governo do estado da Bahia, liderado por Jerônimo Rodrigues (PT), com a empresa asiática.
A vinda da BYD ao Brasil foi possibilitada graças a saída do grupo chinês dos EUA. O terreno, adquirido pela empresa chinesa por R$ 287,8 milhões foi ocupado durante anos pela montadora Ford. Para a construção do projeto, a empresa contratou empresas terceirizadas para dar prosseguimento às obras.
A Jinjiang Group, responsável pela terraplanagem do terreno, usa cerca de 280 trabalhadores chineses para esta finalidade; a Open Steel que é responsável pela montagem da estrutura metálica, conta com cem imigrantes asiáticos; já a AE Corp, responsável pela estruta metálica interna, tem cerca de 90 trabalhadores chineses sob sua responsabilidade.
Segundo as denúncias, os trabalhadores da Jinjiang Group estariam em piores condições, sendo agredidos e tendo acesso a água potável vetado. As vítimas afirmam, em anonimato, que são constantemente agredidos por mestres de obras, também chineses, com pontapés e socos. Um dos casos teria acontecido no dia 9 de outubro e não seria isolado.
Em nota enviada à Agência Pública, a BYD afirmou que atua há mais de 10 anos no país seguindo rigorasamente as leis locais. Além disso, a empresa afirma que a obra está sob responsabilidade do Jinjiang Grup. O Ministério Público do Trabalho (MPT) afirmou que já existe um inquérito para investigar os maus-tratos.
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