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Operários chineses estariam sofrendo agressões em fábrica da BYD na Bahia

Quase 500 funcionários estariam em condições degradantes na construção da fábrica de carros elétricos, localizada na cidade de Camaçari

29/11/2024 10h51 Atualizada há 4 dias
Por: Bahia em Dia
Operários chineses estariam sofrendo agressões em fábrica da BYD na Bahia

Uma grave denúncia feita por uma reportagem da Agência Pública contra a montadora de veículos elétricos BYD veio ao ar nesta quinta-feira (28). A matéria relata que trabalhadores brasileiros e chineses estariam passando por maus-tratos que vão desde condições precárias de trabalho a agressões físicas em uma fábrica da empresa na Bahia.

Segundo as denúncias, os maus-tratos e agressões teriam começado após o início das obras da unidade localizada na cidade baiana de Camaçari, localizada na Região Metropolitana de Salvador. As denúncias relatam que trabalhadores eram agredidos com chutes e pontapés, além de alojamentos sujos e mal iluminados. Os locais de descanso não possuíam divisões entre homens e mulheres e banheiros não passam por higienização adequada. Operários também trabalham sem a utilização de equipamentos de proteção individual.

Dentre as vítimas estão trabalhadores brasileiros e mais de 470 operários chineses, país de origem de BYD, que vieram ao país para participar da construção do projeto. A construção da fábrica foi possível graças a um acordo entre o governo do estado da Bahia, liderado por Jerônimo Rodrigues (PT), com a empresa asiática.

A vinda da BYD ao Brasil foi possibilitada graças a saída do grupo chinês dos EUA. O terreno, adquirido pela empresa chinesa por R$ 287,8 milhões foi ocupado durante anos pela montadora Ford. Para a construção do projeto, a empresa contratou empresas terceirizadas para dar prosseguimento às obras.

A Jinjiang Group, responsável pela terraplanagem do terreno, usa cerca de 280 trabalhadores chineses para esta finalidade; a Open Steel que é responsável pela montagem da estrutura metálica, conta com cem imigrantes asiáticos; já a AE Corp, responsável pela estruta metálica interna, tem cerca de 90 trabalhadores chineses sob sua responsabilidade.

Segundo as denúncias, os trabalhadores da Jinjiang Group estariam em piores condições, sendo agredidos e tendo acesso a água potável vetado. As vítimas afirmam, em anonimato, que são constantemente agredidos por mestres de obras, também chineses, com pontapés e socos. Um dos casos teria acontecido no dia 9 de outubro e não seria isolado.

Em nota enviada à Agência Pública, a BYD afirmou que atua há mais de 10 anos no país seguindo rigorasamente as leis locais. Além disso, a empresa afirma que a obra está sob responsabilidade do Jinjiang Grup. O Ministério Público do Trabalho (MPT) afirmou que já existe um inquérito para investigar os maus-tratos.

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