Quinta, 13 de Fevereiro de 2025 10:04
(73) 9 9808-0765
Política Política

Lula: Entre o Pragmatismo e o Populismo - A Ascensão e Queda de um Legado

.

29/01/2025 15h45 Atualizada há 1 semana
Por: Redação Fonte: Yalu Tinoco
Lula: Entre o Pragmatismo e o Populismo - A Ascensão e Queda de um Legado

Em 2003 Lula tomou posse como presidente - o primeiro lider sindical elevado ao posto máximo da nação. Foi eleito pelas bandeiras que empunhava: da ética, da moral, do bom costume e da boa prática na política.

De início, surpreendeu a todos se mostrando capaz de compreender a dinâmica do que se passava na economia, dando continuidade e até aprofundando as políticas econômicas implantadas pelo seu antecessor, FHC. Mostrava-se antenado com as necessidades econômicas do país, mesmo contrariando a ala radical do seu partido que já o acusava de ter sido “eleito pela esquerda e de estar governando à direita”. Era o pragmatismo, até então desconhecido em Lula, se sobrepondo ao seu radicalismo retórico que tanto amedrontava a todos.

É fato que as políticas tidas como “neoliberais” promoveram uma saúde econômica no país. E ao perceber que eram elas que sustentavam os altos índices de aprovação do seu governo (“it's the economy, stupid”), lula estranhamente começou a negá-las afirmando ter recebido uma “herança maldita". Da mesma forma, abraçava e se beneficiava do capitalismo, mas sempre o negando. Graças à estabilidade econômica alcançada com o Plano Real e a um ciclo favorável na economia internacional, conseguiu ampliar e criar programas de cunho social que atenderam a algumas necessidades básicas das populações mais carentes. Com programas de transferência de renda e de expansão do crédito, conseguiu induzir o consumo e ampliar o mercado interno aumentando a sensação do bem-estar social, pelo menos temporariamente.

Com a alma inebriada pela vaidade e se sentindo mais narcisista que o próprio Narciso, Lula não podia brecar a sua vaidade. Ele e o seu partido começaram a atravessar as linhas do bom senso e a pôr em prática o que fosse preciso para consolidar a permanência no poder, em detrimento de um projeto de nação de longo prazo. Adicionou à sua bandeira ética o fisiologismo; e à sua haste moral, a corrupção. O pragmatismo necessário num primeiro momento começava então a ser abandonado em nome de um populismo jamais visto na história do país. O gerenciamento econômico passou a ser submetido não aos interesses da nação no médio e longo prazos, mas aos interesses políticos de curto prazo. Começava o capitalismo de estado, ou capitalismo de compadrio, que transformou muitas vezes as ações políticas num emaranhado de conveniências. O resultado final foi que nunca na história deste país a corrupção teve tanta centralidade. Enfim, o sonhado legado petista transformou-se em pesadelo com sua sucessora impedida, confusão política, crise econômica, caos social, e, o mais revelador: o maior esquema de corrupção da história do país.

Este foi o pano de fundo através do qual podemos compreender a prisão de Lula. Ele foi investigado, julgado, achado culpado e condenado em três instâncias. Naquele momento fomos levados a acreditar que o Poder Judiciário estava se firmando como um dos mais fortes pilares do nosso estado democrático de direito; fomos levados a acreditar que nos livrariamos do nosso mal maior, a corrupção.

Mas não é tão simples assim. A corrupção é uma árvore frondosa cujas raízes são muito espalhadas e profundas. O fato é que a nossa justiça resolveu anular todo o jogo jurídico que envolvia o ex-presidente Lula, e naquele palco teatral jurídico não havia mais investigado, julgado, culpado, e muito menos condenado.  Com tudo isto, Lula ainda manteve algum apelo popular e se tornou presidente pela terceira vez. Ainda não aprendemos a escolher políticos em razão de propostas coerentes com um projeto de nação; mas, sim, em razão do culto à personalidade. 

Populista, velho, ultrapassado, e sem um projeto de nação, Lula vai empurrando o país ladeira abaixo.

Por Yalu Tinoco - mestre em comércio internacional e políticas

Para acompanhar as novidades da coluna, siga a Rede Bahia em Dia no Whatsaap / Instagram / Facebook  / Twitter (X) / YouTube / Rádio Web

Nenhum comentário
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
Yalu Tinoco
Sobre Yalu Tinoco
Yalu Tinoco é mestre em comércio internacional e políticas
Anúncio
Anúncio
Anúncio
Anúncio
Anúncio